Bastião dos cocais esse é filho da terra.
Pense num cabra da peste
Já aprontou de leste a oeste
Por todo esse sertão.
Quando criança
Não tinha medo de nada,
Nem de assombração.
Já adulto
Um dia cruzou com o Zé carrapeta,
Sem hesitar
Puxou a peixeira e vociferou:
- Pode vim que eu estou pronto
Seu carrapeta desgraçado,
Posso até morrer,
Mas hoje, ainda te mato!
Da outra margem do caminho
O Carrapeta olhou
Com uma cara bem feia e disse:
-Oxente,
Agora foi que deu
Um desnutrido desse
Querendo bater n’eu.
Mas Bastião dos cocais era afoito
E partiu pra cima do desgraçado.
A briga durou três dias.
-Nunca vi no sertão
Tanta gente pra ver
Uma confusão.
Uns cansaram de esperar,
Outros pegaram no sono.
E eu quero ver a peleja acabar.
Noite a dentro
O que se ouvia
Eram os golpes cortantes
Das peixeiras no ar.
E a poeira a subir
Enroscada com o vento.
No derradeiro dia
Ambos já cansados.
O Zé bobeou,
Bastião que não é besta nem nada
Meteu-lhe a peixeira no bucho
Ferindo mortalmente
O Zé carrapeta.
- Nesse momento tive pena,
Coitado do Carrapeta
Dormiu e nada entendeu
Só se deu conta depois que morreu.
Bastião dos cocais
Author: Revérbero Pessoa /
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