A praça: Os outros

Author: Revérbero Pessoa /


Ao sentar-se
Em um dos bancos da praça.
Um senhor,
Com seus 80 anos.

Observa o amor juvenil
Brotar vívido
Do banco logo a frente.

Lembra de seus anos dourados,
Das paixões que viveu
E até mesmo as que não passaram de um forte desejo.

“Bons tempos aqueles...”
Suspira o pobre velho.

No banco a sua direita
Encontra-se um mendigo a roncar
Fazendo barulho para espantar a fome.
Sua roupas imundas estão em farrapos.

Imagina
Como um homem
Pode abtuar-se
A tais condições.

O velho lembra-se de anos atrás,
Lembra que um dia
Lutou pela igualdade,
Mas deixou-se corromper
Pelo espirito capitalista.

Olhando para a esquerda
O velho vê um banco vazio.
Logo questiona-se
Sobre quem irá ocupa-lo.

Começa a observar a praça.
Suas faces e contornos.
Praça essa que visita regurlamente,
Todos os dias as 9:00hs.

A praça: Faces e contornos

Author: Revérbero Pessoa /


Seu nome
Remete a um herói lacal
“Praça Hermétero leão”.

Jovem que salvou
Três famílias de uma casa em chamas.
Pobre Hermétero,
Acabou morto.

Encontra-se bem conservada,
Devidamente arborizada.
Representa um oásis
Em meio ao caos urbano.

Lá existe uma pequena lagoa
Onde pessoas divertem-se
Alimentando os famintos patos
Com pipocas.
No centro da lagoa
Encontra-se inerte ao tempo
O personagem q da nome
A praça.

Mal sabe o velho
Que a praça o conheçe muito bem.
Desde sua infância o analisa.

A praça: O velho

Author: Revérbero Pessoa /


Todos os dias lá está ele
No mesmo banco.
Calado,
Sereno.
A refletir sobre o passado
Comtemplando o presente.

É calvo,altos
E um tanto gordo.
Detentor de um grande rancor
Não costuma sorrir.
Vive amargurado.

Desde criança
Frequenta a mesma praça.
Primeiro com sua mãe,
Depois com seu pai
E por fim,
Sozinho.

Do banco em que encontra-se
Olha o tempo passar.
Gastando
A sua solidão
Em meio aos pombos.

Novos ares

Author: Revérbero Pessoa /

Um dia o tempo não mais passará.
Dias intermináveis,
Noites eternas.

Objetos sem vida
Encherão as ruas, becos e pontes.

Tudo parado...

O vento impera ofegante.
Constitui força e matéria
Sussurrando por todos os cantos
Decompondo a massa.

Acordo e percebo
Que sonhei
Com um mundo ideal.

Um belo cenário
Contemplador da inércia vital
Dos vivos.